Síndrome do mictório

     

       Desde os tempos de escola que eu tinha uma certa aversão a banheiros públicos.

       Quando tinha que ir mesmo, esperava um horário  de menos movimento ou ia nas cabines onde estavam os cagadouros.


      A gente não admite, mas tem um impulso involuntário de dar aquela olhadinha relâmpago, quase quântica, para comparar o tamanho do biláu do concorrente ao lado com o nosso.

        Sabendo disso, era um terror para mim enfrentar o mictório grandão. Essa paranóia de que alguém iria olhar para lado e soltar uma gargalhada na minha cara.

      Não era bexiga tímida. Era pinto aterrorizado.

      Pouquíssimas foram as ocasiões em que tive que usar o mictório grandão ou aqueles lado-a-lado, por falta de opção mesmo.

      Todas as vezes, não conseguia fazer o serviço.

      Mas isso é parte do passado.

      Hoje fui a um bar com um pessoal que fazia tempo que não via. Sexta-feira é dia de bar cheio.

      Cerveja vai, cerveja vem... A natureza chama e vou ao banheiro.

      Entro e tem uns 3 caras, naqueles mictórios individuais, mas um diretamente ao lado do outro.

  

  Um rápido flashback passou na minha cabeça... As minhas tentativas frustradas de mijar com gente próxima e não conseguir.

     Então lembrei que não tenho mais motivo para ficar noiado se alguém vai olhar pro lado e rir por dentro, porque agora eu tenho um pinto novo!

       Nem tenho que ficar  segurando ele para manter a mira, porque agora ele fica exposto e solto.

       Mijei! 

(música de fundo do Aleluia)

  

      Venci a Sindrome do Mictório.

      Próximo passo: Vencer a Síndrome o Vestiário.